Você provavelmente já passou por algum exame de diagnóstico por imagem. Pode ter sido um ultrassom, uma mamografia, uma tomografia ou outro tipo de exame.
O que muita gente não sabe é que existem várias técnicas diferentes, cada uma com suas funções específicas, e todas com o mesmo objetivo: ajudar a entender o que está acontecendo dentro do corpo, de forma segura e sem precisar de procedimentos invasivos.
Como radiologista, vivo isso todos os dias. O diagnóstico por imagem é parte fundamental da medicina moderna e, com a evolução da tecnologia, temos cada vez mais recursos para investigar, confirmar, acompanhar e até prevenir doenças.
Neste artigo, quero te mostrar de forma simples e acolhedora quais são os principais tipos de exame, como funcionam e em que situações cada um é mais indicado.

O que é diagnóstico por imagem e para que serve?
O termo diagnóstico por imagem pode soar técnico, mas ele descreve uma coisa muito importante: exames que produzem imagens internas do corpo para ajudar na investigação médica.
Essas imagens são obtidas por diferentes tecnologias, como ondas sonoras, radiação ou campos magnéticos.
A grande vantagem é que conseguimos observar órgãos, tecidos, ossos e vasos com muito mais detalhe, sem precisar de cirurgia.
Isso é essencial para detectar alterações precoces, avaliar sintomas, acompanhar o tratamento de doenças ou simplesmente confirmar que está tudo certo.
Tipos de diagnóstico por imagem: o que cada exame revela
A escolha do exame depende do que estamos investigando, da idade da paciente, do histórico clínico e até da fase do ciclo menstrual, no caso de exames ginecológicos. Vou explicar os principais aqui:
Raio-X: o clássico da radiologia
O raio-X é um dos exames mais antigos da medicina, mas continua sendo extremamente útil. Ele usa radiação para gerar imagens bidimensionais, geralmente de ossos, articulações, tórax e dentes.
É rápido, prático e ainda é o primeiro exame solicitado em muitos atendimentos de urgência.
Indicações comuns:
- Fraturas e lesões ósseas
- Avaliação pulmonar
- Diagnóstico de artrite e artrose
- Investigação de dores torácicas
Mamografia: ferramenta essencial na saúde da mulher
A mamografia é um tipo de raio-X específico para mamas. É o principal exame de rastreamento para o câncer de mama e deve ser feito periodicamente, mesmo que não haja sintomas. Ele pode mostrar microcalcificações e nódulos antes que sejam palpáveis.
Quando fazer:
- A partir dos 40 anos, como rastreamento
- Antes, em casos de histórico familiar ou indicação médica
- Para investigação de alterações sentidas no autoexame
Ultrassonografia: sem radiação e com muitos usos
O ultrassom utiliza ondas sonoras para formar imagens em tempo real. É um exame muito versátil, seguro (sem radiação) e amplamente usado em diversas áreas, especialmente na ginecologia e obstetrícia.
Aplicações:
- Avaliação do útero e ovários (transvaginal)
- Monitoramento da gravidez
- Estudo das mamas
- Investigação abdominal e de órgãos como fígado, rins, tireoide
E mais: com o uso do Doppler, conseguimos também analisar o fluxo sanguíneo nos vasos, o que é essencial em casos de trombose, varizes, avaliação placentária e até em situações oncológicas.
Tomografia Computadorizada: imagens em cortes detalhados
A tomografia combina vários raios-X com processamento digital para criar imagens em cortes do corpo. É muito útil para investigar órgãos internos, tumores, traumas e alterações ósseas com mais precisão.
Quando é indicada:
- Dores abdominais ou pélvicas sem causa aparente
- Investigação de tumores
- Avaliação de lesões traumáticas
- Estudo de doenças pulmonares e vasculares
Ressonância Magnética: alta definição sem radiação
A ressonância usa campos magnéticos e radiofrequência para formar imagens detalhadas em 2D e 3D. É um dos exames mais completos em termos de definição, principalmente para tecidos moles.
Indicações na minha prática:
- Investigação de endometriose profunda
- Estudo detalhado da pelve e mamas
- Avaliação de próteses mamárias
- Acompanhamento de tumores ginecológicos
Mamografia com Tomossíntese: tecnologia 3D para mais precisão
A tomossíntese é uma evolução da mamografia tradicional. Ela capta imagens em camadas (3D), facilitando a identificação de alterações pequenas, especialmente em mamas densas.
Por que usar:
- Reduz falsos positivos
- Diminui necessidade de exames adicionais
- Traz mais segurança para a paciente e para quem interpreta o exame
Como escolher o exame ideal?
Essa é uma dúvida muito comum, e a resposta é: depende. Nem sempre o exame mais moderno é o mais indicado. Às vezes, um simples raio-X já resolve. Outras vezes, precisamos da ressonância para entender melhor o que está acontecendo.
O que eu sempre faço é avaliar o caso de forma individual. Entender os sintomas, o histórico da paciente e o que já foi feito até ali. Isso ajuda a indicar o melhor caminho, evitar exames desnecessários e chegar ao diagnóstico com mais eficiência.
O papel da imagem no acompanhamento do tratamento
Além de diagnosticar, o diagnóstico por imagem também ajuda a acompanhar a resposta ao tratamento. Por exemplo: se um nódulo está diminuindo, se um cisto desapareceu, se a inflamação melhorou. Isso orienta o médico sobre continuar, ajustar ou mudar a conduta.
Também usamos exames de imagem para guiar procedimentos como biópsias, drenagens e inserção de dispositivos. Isso dá mais segurança e reduz riscos.
Dúvidas comuns sobre diagnóstico por imagem
Todos os exames de imagem são seguros?
Sim. Os exames mais modernos utilizam doses baixas de radiação (quando usam) e protocolos seguros. Ultrassom e ressonância, por exemplo, não usam radiação.
Preciso me preparar para esses exames?
Depende. Alguns exames exigem jejum, preparo intestinal ou bexiga cheia. Sempre explicamos direitinho o que precisa ser feito antes do agendamento.
Qual a diferença entre ultrassom e ressonância?
O ultrassom é feito com ondas sonoras e mostra imagens em tempo real. A ressonância usa campo magnético e oferece imagens mais detalhadas, mas exige mais tempo e estrutura.
Vamos falar sobre o tema
Falar sobre diagnóstico por imagem é falar sobre prevenção, cuidado, escuta e precisão. Cada exame tem seu papel, e quando bem indicado, pode fazer toda a diferença no acompanhamento da saúde.
Meu papel aqui é justamente esse: ajudar você a entender, a confiar e a se sentir segura em cada etapa do processo. Informação faz parte do cuidado, e quanto mais a gente conhece, menos medo a gente sente.
Se ficou com alguma dúvida sobre qual exame é o mais indicado pra você, estou por aqui. Entre em contato comigo.
Dra. Flavia Mansur Starling
CRM: 105273 MG l 210663 SP
RQE: 64901 MG l 131321 SP